A advogada Amanda Partata, acusada de matar o ex-sogro Leonardo Pereira Alves e a mãe dele, Luzia Alves, envenenados com um bolo de pote, em Goiânia, passou por uma audiência.
“Após encerrar a parte investigativa da polícia, o Ministério Público oferece uma denúncia de crime, que será apurada pela justiça para ser levada a julgamento. O julgamento para esse tipo de crime, homicídio, é feito pelo Tribunal do Júri.
O objetivo das audiências, como a que ocorreu ontem, é reunir provas para um processo semelhante àquelas feitas pelo delegado da Polícia Civil, para que o juiz decida se o caso deve ser encaminhado para o Tribunal do Júri ou não. A audiência (25/06) foi uma audiência de instrução.
O objetivo dela é ouvir as testemunhas de acusação e defesa. Havia um total de 35 testemunhas para serem ouvidas: 10 da acusação e 25 da defesa. A acusação ouviu 8 testemunhas, incluindo aquelas que estavam no momento do fato, os familiares, o motorista do Uber que a levou ao condomínio, e o motorista que trouxe o veneno que ela adquiriu pela internet.
Não há dúvidas de que ela comprou o veneno pela internet, que foi entregue na casa dela em Itumbiara. Ela contratou um motorista de aplicativo para trazer o veneno de Itumbiara para Goiânia. Também foram ouvidas pessoas do hotel onde ela estava hospedada na semana do crime.
No momento de ouvir as testemunhas de defesa, os advogados dela optaram por não apresentar testemunhas, provavelmente por estratégia de defesa, já que não tinham muito a contribuir para a tese deles.
Em seguida, houve o interrogatório da própria Amanda, que usou seu direito constitucional de permanecer em silêncio. Ela não fez autodefesa ou negou o crime, pois sabemos que esse crime não é possível ser negado. A defesa trabalha com a possibilidade de insanidade, mas já temos um laudo pericial feito por quatro médicos da Justiça que afirma que ela não é louca e tinha plena capacidade de responder por seus atos.
O próximo passo é a preparação de memoriais pelas partes: o promotor da acusação e eu, como advogado assistente, vamos apresentar um resumo de tudo que aconteceu até agora para o juiz. A defesa de Amanda também fará isso, defendendo a tese deles.
O juiz, então, decidirá se o caso será encaminhado para o Tribunal do Júri para julgamento popular. Se a decisão for encaminhar o caso para o Tribunal do Júri, será designada uma nova sessão para o júri. Lá, vamos defender a acusação de homicídio duplamente qualificado, com duas pessoas mortas e tentativa de homicídio para outras duas, enquanto a defesa tentará demonstrar que ela não tem condições de responder por seus atos,” comentou, o advogado da família, Luis Gustavo Nicoli, sócio do Nicoli Sociedade de Advogados.
Amanda Partata está presa preventivamente desde o dia 20 de dezembro de 2023. Em abril deste ano, ela foi suspensa dos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) e, por conta disso, precisou ser transferida da Casa do Albergado, onde estava detida, para a Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia.