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Instituto Biomob lança Censo da Diversidade Funcional

Instituto Biomob lança Censo da Diversidade Funcional

26/07/2024 15h08 Atualizada há 9 meses
Por: Moreira Comunicação
Instituto Biomob lança Censo da Diversidade Funcional

O levantamento será realizado através da coleta de dados abertos e disponíveis nos órgãos e de um estudo de amostragem nas principais comunidades dos municípios,

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O Instituto Biomob – Observatório da Diversidade e Inclusão, dedicado à causa da pessoa com deficiência e de outras maiorias minorizadas, como mães solo, pessoas LGBTI+ e jovens em situação de vulnerabilidade, acaba de lançar o Censo da Diversidade Funcional. O objetivo é obter um diagnóstico da acessibilidade nos municípios brasileiros, mapeando a quantidade de pessoas que necessitam de atendimento diferenciado e as instituições de apoio às pessoas com deficiência (na Biomob, chamadas de pessoas com “diversidade funcional" ou "neurodiversa"). Para a ampliação do projeto, que contempla inicialmente 27 cidades de todas as regiões do País, o Instituto está em busca de parceiros.

O levantamento será realizado através da coleta de dados abertos e disponíveis nos respectivos órgãos (CAGED, PNS, CADÚNICO, CENSO ESCOLAR E IBGE) e de um estudo de amostragem nas principais comunidades dos municípios, seguindo sua divisão geográfica. Serão 10 indicadores, alimentados em tempo real e de acordo com a periodicidade de suas atualizações. A ideia é dividir em duas análises iniciais: a quantidade de pessoas com diversidade funcional e a quantidade de neurodiversas.

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“Queremos entender a realidade da diversidade funcional e quais são as principais dificuldades que estas pessoas enfrentam atualmente. Sabemos que a acessibilidade é um grande desafio a ser enfrentado e que algumas estatísticas disponíveis hoje não correspondem à realidade da sociedade brasileira”, afirma Valmir de Souza, COO da Biomob.

Dados do IBGE da Pnad Contínua 2022 dão conta que, à época, cerca de 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais de idade do país (ou 8,9% desse grupo etário) tinham algum tipo de deficiência. Do total 47,2% tinham 60 anos ou mais de idade. Os números, entretanto, podem ser ainda maiores. Souza cita, como exemplo, as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

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No Brasil, ainda não há dados reais sobre o percentual da população TEA. As estimativas oficiais dão conta que o transtorno está presente em 2 milhões de brasileiros, mas podem ser conservadoras, pois muitos não recebem o diagnóstico correto na infância e atingem a vida adulta sem saber que são neurodiversos. “Se aplicarmos o percentual estimado nos EUA (2,8%) na população brasileira, o número pode chegar a quase 6 milhões de pessoas” ressalta.

De acordo com Souza, o diagnóstico mais preciso e que diferencie o tipo de deficiência física, sensorial, mental, múltipla e Doença rara) é essencial para que haja uma inclusão maior destas pessoas na sociedade. “Pretendemos criar um índice de inclusão, que envolva aspectos como Educação; Saúde, Emprego; Mobilidade; Cultura; Lazer; Participação social na política ou na sociedade civil organizada; Moradia; Turismo e Varejo”, enumera ao lembrar que a inclusão e acessibilidade em locais não deve ser voltada para pessoas apenas com dificuldade de locomoção, mas envolvem outros aspectos.

“O ideal é entregar um ambiente onde todos se sintam confortáveis e verdadeiramente atendidos de acordo com suas necessidades. Existem lojas que apresentam diferenciais como piso tátil e atendimento em libras, mesas e cadeiras adaptadas para pessoas com nanismo e obesas, mobiliários com altura adequada para cadeirantes, placas de sinalização em braile e banheiro com acessibilidade, além de um ambiente que não gere desconforto para pessoas com TEA, por exemplo”, afirma o COO do Biomob.

Além das mudanças físicas, os estabelecimentos precisam também capacitar seus colaboradores. “É preciso implementar práticas voltadas à acessibilidade atitudinal, que contempla ações focadas na quebra da barreira social entre as pessoas. Seja na forma correta de se referir a uma determinada condição, saber ouvir ou evitar constrangimentos, por exemplo", explica.

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