Ao andar pelas ruas dos principais bairros de Goiânia, é possível ver várias quadras de beach tennis espalhadas pela cidade. Embora a capital não tenha mar, a modalidade virou febre nos últimos anos e tem atraído muitos adeptos da prática esportiva. De acordo com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT), estima-se que o número de praticantes tenha quase triplicado nos últimos três anos, passando de 400 mil em 2021 para 1,1 milhão em 2023.
Um estudo da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão (SBCM) pesquisou praticantes da modalidade nas cidades de São Paulo e São Caetano do Sul, no período de setembro de 2021 a janeiro de 2022. Após a análise dos dados, constatou-se que 48,8% dos participantes apresentaram lesões ortopédicas, sendo a maior prevalência encontrada nos membros inferiores (30%), seguida pelos membros superiores (25%) e pela coluna (11,3%). Entre as lesões nos membros superiores, as tendinopatias foram as mais comuns, representando 47,5% dos casos.
Para Sandro da Silva Reginaldo, coordenador de ortopedia do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia, a maioria das lesões ocorre devido ao entusiasmo dos praticantes com a modalidade. “As pessoas começam a praticar, se empolgam e muitas vezes forçam mais do que o corpo aguenta. As principais lesões são as tendinites e as dores musculares”, ressalta.
O profissional lembra que antes da realização de qualquer atividade física, é necessária uma avaliação clínica. Caso o paciente não tenha nenhum tipo de sintoma, é importante ele passar por um cardiologista para realizar um check-up, mesmo que seja um paciente jovem. Já do ponto de vista ortopédico, caso o praticante tenha alguma queixa, ele deve procurar um ortopedista.
Para evitar lesões durante os jogos, o especialista do Einstein dá algumas dicas: fazer aquecimento e alongamento antes do início da partida, contemplando os músculos das costas, pernas e braços; incluir exercícios de fortalecimento do core (músculos abdominais e das costas), que ajudam a estabilizar a coluna; e utilizar técnicas adequadas para os movimentos do beach tennis, especialmente os de saque e recepção, para reduzir o risco de lesões na coluna.
Conforme a pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão, a incidência de tendinopatias é alta na prática do beach tennis. Segundo o especialista do Einstein, para a prevenção de lesões de ligamentos, existem exercícios de correção postural para atletas que têm algum vício postural nos gestos de saltos e rotações. No entanto, isso só pode ser determinado por meio de exames de biomecânica e biocinética específicos.
Diagnóstico precoce de lesões
O Einstein Goiânia conta com uma equipe completa de ortopedistas, de todas as especialidades, para uma avaliação clínica adequada, além de um centro de diagnóstico com aparelhos modernos de imagem, o que possibilita uma abordagem correta para o tratamento das lesões.
Geralmente, os pacientes buscam ajuda somente quando existe a suspeita de alguma lesão. Porém, o coordenador da ortopedia do Einstein Goiânia explica que mediante o aparecimento de algum desconforto durante a prática do beach tennis ou mesmo por prevenção é fundamental uma análise médica mais profunda. “O diagnóstico só é dado após uma criteriosa avaliação clínica. Nos casos de lesões, são solicitados exames para a avaliação e tratamento eficaz do paciente. Muitas vezes, o tratamento envolve equipe multidisciplinar, contemplando fisioterapeuta, educador físico, e dependendo do caso, até nutricionista”, ressalta Sandro.
Outros fatores importantes para quem pratica o esporte incluem manter o descanso e a recuperação da musculatura. “A recuperação é crucial para evitar sobrecargas na coluna, além da hidratação e alimentação adequada durante os treinos e os jogos. Em caso de dor ou desconforto na coluna durante ou após o jogo, procure um ortopedista para uma avaliação”, enfatiza Sandro.
Sobre o Einstein Goiânia
A unidade de Goiânia foi inaugurada em 2021 e é o primeiro hospital Einstein fora de São Paulo. Com 18 mil metros quadrados de área total, pronto atendimento 24 horas, 35 leitos operacionais, terapia intensiva e serviço de transplante de medula óssea, também conta com a primeira plataforma de cirurgia robótica do estado, com 800 procedimentos realizados em 2023. Em 2024, inaugurou o serviço de pediatria, que oferece uma jornada completa de atendimento para casos de alta e baixa complexidade em crianças e jovens.
Além da assistência, a unidade possui um centro de ensino, inaugurado em 2023, com mais de 30 cursos de pós-graduação nas áreas de saúde e administração hospitalar, além de diversos cursos de curta duração. No mesmo ano, lançou também um centro de inovação, cujo objetivo é desenvolver tecnologias que possam beneficiar o setor de saúde na região.