A recente cirurgia de implante de silicone realizada por Eduarda Guerra, de 16 anos, namorada de Benício Huck, reacendeu o debate sobre a segurança e as implicações de procedimentos estéticos invasivos em adolescentes. Essa decisão de modificar o corpo em uma fase de desenvolvimento exige atenção cuidadosa a diversos fatores médicos e psicológicos.
O corpo de uma adolescente ainda está em fase de desenvolvimento, o que pode acarretar riscos significativos. O principal problema é que o crescimento mamário pode não ter sido completado, e o implante pode interferir nesse processo natural. Além disso, há riscos comuns a qualquer cirurgia estética, como infecção, cicatrização inadequada, deslocamento do implante e encapsulamento, que podem exigir intervenções futuras.
Dr. Valderi Vieira, cirurgião plástico renomado, destaca que “o corpo da adolescente pode continuar a mudar, levando a assimetrias e alterações estéticas ao longo do tempo. O tamanho do implante, que pode parecer adequado no momento da cirurgia, pode se tornar desproporcional com o crescimento”.
Embora não exista uma legislação que proíba cirurgias estéticas em menores de 18 anos, especialistas recomendam que esses procedimentos sejam realizados após essa idade, quando o corpo está mais próximo da maturidade completa. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) sugere que a paciente tenha completado seu desenvolvimento mamário, o que geralmente ocorre entre 18 e 21 anos.
Além da maturidade física, a avaliação da maturidade emocional é crucial. "Cirurgias estéticas podem gerar expectativas irreais e impactos psicológicos, especialmente em adolescentes que estão em um período de autodescoberta e pressão social", afirma Dr. Valderi.
Os cirurgiões plásticos devem realizar uma avaliação abrangente do estado físico e psicológico de adolescentes que buscam procedimentos estéticos. Dr. Valderi enfatiza que “é vital verificar a saúde geral da paciente e se ela possui expectativas realistas sobre os resultados”.
Além disso, é recomendado que o cirurgião converse com os pais ou responsáveis para garantir que todos compreendam os riscos e responsabilidades associados à cirurgia. “Um bom cirurgião deve agir como um guardião, orientando o paciente e protegendo-o de possíveis arrependimentos futuros”, conclui.
Para pais e jovens que consideram realizar uma cirurgia plástica antes dos 18 anos, as seguintes orientações são fundamentais:
Diálogo aberto: Discussões sobre as motivações para a cirurgia são essenciais. Muitas vezes, o desejo por mudanças estéticas está relacionado a questões de autoestima ou pressão social.
Avaliação médica completa: Consultar um cirurgião plástico experiente, preferencialmente certificado pela SBCP, é crucial para avaliar a prontidão do corpo do adolescente para o procedimento.
Expectativas realistas: Entender que cirurgias estéticas não resolvem problemas emocionais é fundamental. Conversar com um psicólogo pode ajudar a refletir sobre as motivações.
Tempo para decisão: Decisões precipitadas podem levar a arrependimentos. É sempre melhor esperar até que o corpo esteja totalmente amadurecido e que haja mais segurança sobre a decisão.
Em suma, embora procedimentos como o implante de silicone possam melhorar a autoestima, a decisão deve ser tomada com cautela. A saúde física e mental a longo prazo deve ser sempre a prioridade.
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