Uma Kombi usada no transporte escolar público foi flagrada em situação precária no distrito de São Sebastião do Rio Claro, em Jussara, durante fiscalização do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO). O veículo apresentava pneus carecas, para-brisa trincado, ausência de placas e cintos de segurança inoperantes. Além disso, o condutor não possuía a habilitação correta nem o curso exigido para transporte de passageiros.
O flagrante, considerado um dos mais graves entre os 1.800 veículos vistoriados nos últimos dois meses, levou o Detran-GO a anunciar o reforço na fiscalização do transporte escolar em todo o estado. Ao todo, 82 veículos foram reprovados, acendendo um alerta sobre a segurança de milhares de estudantes que dependem do serviço diariamente.
“Não se trata apenas de infrações administrativas, mas de vidas em risco. É inaceitável que crianças sejam transportadas em veículos que não tenham as mínimas condições de segurança”, afirmou o presidente do Detran-GO, Delegado Waldir, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (16).
A vistoria identificou diversas falhas recorrentes: veículos com lotação acima do permitido, ausência de cintos de segurança, iluminação deficiente, tacógrafos inoperantes, além de motoristas sem o exame toxicológico ou com infrações graves no histórico. No caso de Jussara, o motorista possuía apenas habilitação categoria B, quando o mínimo exigido é a categoria D. Ele também não havia feito o curso específico para transporte escolar, nem o exame toxicológico obrigatório.
A inspeção é obrigatória e ocorre semestralmente. Nesta primeira fase de 2025, teve início em 17 de fevereiro e segue até 2 de junho. Em Goiás, cerca de cinco mil veículos — entre ônibus, vans e micro-ônibus — prestam serviços de transporte escolar, a maioria deles contratados por prefeituras.
Segundo as portarias do Detran-GO nº 742/2021 e 564/2022 e o Código de Trânsito Brasileiro, os veículos devem atender a critérios rígidos, como idade máxima da frota (15 anos para ônibus e kombis), itens de segurança funcionando e documentação regular. Veículos reprovados têm até 30 dias para correção e reapresentação. Caso contrário, são automaticamente retirados do sistema.
“As situações flagradas demonstram a falta de respeito com a segurança dos alunos transportados”, reforçou Delegado Waldir.